Controversas supera a greve e lota a sala 100 do Iacs

terça-feira, 26 de junho de 2012 0 comentários

Paula Pontes, Laís Carpenter e Bárbara Fernandes

Realizada quase um mês após o início da greve dos professores das universidades federais, que paralisou também a UFF, a quarta edição do Controversas UFF superou o campus vazio e lotou uma de suas salas, deixando pessoas em pé e do lado de fora. O “Controversinhas”, como foi apelidado, pois é uma versão menor do evento que teve sua primeira edição no segundo semestre de 2010, foi realizado na última segunda-feira, 18 de junho, às 18 horas. Na sala 100 do Instituto de Artes e Comunicação Social (Iacs) da UFF, cerca de setenta alunos, ex-alunos e professores foram ouvir e debater sobre o Jornalismo Cultural.

Foto: Mariana Pimenta
A mesa foi composta por seis profissionais que já trabalharam ou ainda trabalham na área cultural e que se formaram na UFF em épocas diferentes. O professor e mediador João Batista de Abreu abriu o evento dando a palavra para Vivi Fernandes de Lima, que, de forma acanhada, começou o debate. Afirmou que sempre gostou de ser jornalista e usou o tempo da universidade para ganhar experiência, principalmente em escala local. Participou da TV comunitária do bairro onde morava, vendeu pautas para uma revista de música e, atualmente, é editora da Revista História da Biblioteca Nacional.

A segunda a se apresentar foi Claudia Lamego, que, hoje, é coordenadora da Imprensa e Eventos da Fundação Roberto Marinho. Porém, para chegar no lugar que considera o melhor de sua carreira, teve que começar pela monografia, sobre a atuação do cineasta Glauber Rocha como jornalista na Bahia.

O terceiro convidado a falar sobre sua vida profissional foi Ulisses Mattos, jornalista de ‘forte texto e bem humorado’, como ele mesmo definiu. Ulisses se dedicou durante muito tempo ao “jornalismo de entretenimento”, como é conhecido. Foi essa experiência que o inspirou a criar a revista M..., um caderno de comportamento e humor. Hoje, atua como humorista e roteirista de textos humorísticos. 

A quarta palestrante foi Alda Maria Almeida, com experiências nas rádios MEC e Fluminense.  Alda entrou na UFF em 1979 e, em tempos de ditadura militar, conheceu um jornalismo revolucionário.  “A gente fazia para tentar mudar o mundo. Uma besteira!”, disse ela, e continuou: “Depois de um tempo, você vê que é impossível fazer isso sozinha”. Mesmo assim, não desistiu da carreira e, atualmente, é professora universitária.

A quinta convidada, Flavia Midori, começou nervosa, mas conseguiu deixar seu recado. Apesar de ter passado seis anos fazendo o curso de jornalismo - que pode ser terminado em quatro anos -, formou-se e  hoje está satisfeita por trabalhar com produção editorial. 

A última a falar foi Táia Rocha, a mais animada da noite. A jornalista contou que sonhava com a profissão desde os nove anos, quando um crime aconteceu no bairro em que morava, em Volta Redonda. Lá, criou um jornal local, que durou quatro anos. Passou pelo Jornal do Brasil, pela assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Cultura, pela assessoria Cajá e, hoje, está na Agência EFE.

Durante mais de duas horas de conversa, muitos questionamentos surgiram. O confronto de idade e cargos foi decisivo para mostrar o que vem mudando na profissão. As redações, de qualquer área, estão sendo cada vez mais enxutas e o jornalista, que antes tinha tempo para fazer uma apuração aprofundada e bater seu texto, hoje, precisa ser cada vez mais multifuncional e rápido. Um bom exemplo foi dado pelo professor João Batista. “Em 1974, quando estava no jornal, eram 50 jornalistas de geral e 12 copy-desk”, contou.

No ano de 2012, não existe mais copy-desk (revisor de texto) e algumas redações possuem menos de jornalistas para todas as áreas. No entanto, as novas tecnologias utilizadas pela imprensa podem ajudar a fazer um jornalismo com mais conteúdo e mais rico em imagens e novas plataformas de exibição.





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